O que é
Metáfora?
Metáfora:
é a palavra ou expressão que produz sentidos figurados por meio de comparações
implícitas.
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"Amor é fogo
que arde sem se ver" - Luís de Camões
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O
termo fogo mantém seu sentido próprio - desenvolvimento
simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis,
como, por exemplo, o carvão - e possui sentidos figurados - fervor, paixão,
excitação, sofrimento etc.
Didaticamente,
pode-se considerá-la uma comparação que
não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma
literal uma equivalência que é apenas figurada.
"Meu coração é um balde despejado" - Fernando Pessoa
Leia esses versos de Chico
Buarque:
“Sua boca é um cadeado
E meu corpo é uma fogueira”.
E meu corpo é uma fogueira”.
Observe que o eu lírico mantém
uma relação de similaridade entre os termos “boca” e “cadeado”, de modo que as
características do “cadeado” (fechado) sejam atribuídas à “boca”. O mesmo
ocorre entre os termos “corpo” e “fogueira” (ambos são quentes).
Existe
aqui uma transferência da significação própria de uma palavra, no caso aqui
“cadeado” e “fogueira”, para outra significação quem lhe convém graças a uma comparação
existente no espírito do autor, ou
seja, acontece de maneira implícita. A isso chamamos metáfora
Segundo
o Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa, a palavra deriva do latim "meta" algo e
"phora" sem sentido, e significa duas frases ligadas sem sentido, mas
que há cognitude consistida em desabrochar interesses.
Enquanto
a metáfora trabalha com os traços semânticos comuns entre duas ideias, a metonímia funciona
com a relação de contiguidade entre elas.
Pedindo
auxílio à teoria dos conjuntos, como fez Othon Moacyr Garcia em seu clássico "Comunicação
em Prosa Moderna", percebe-se que os traços de significados das
duas ideias comparadas entram em intersecção na
metáfora.
Por
exemplo(subjetivo): um gato é
um quadrúpede, mamífero, felino, que
mia e é considerado sensual. Um moço é bípede, mamífero, humano, fala e
pode ser sensual. Ao compararmos os dois com a metáfora "Esse
moço é um gato", o traço de significado que provavelmente estaremos
colocando em intersecção é apenas o traço sensual.
Já na
metonímia, as duas ideias não se superpõem como na metáfora, mas estão
relacionadas por proximidade.
Por
exemplo, as expressões: 1- "sem-teto", 2- "Tomou o copo
todo", 3- "Adoro ler Veríssimo" são metonímias, respectivamente,
porque:
1- O termo teto está
em relação de contiguidade com o resto da habitação. É uma das suas partes, e
na expressão substitui o todo "habitação". (Um sem-teto geralmente
também não tem o restante da habitação - a porta, as janelas, as paredes, o
chão.)
2- O termo copo normalmente
contém alguma bebida e é usado no lugar da bebida que contém. (Ninguém consegue
beber o copo)
3- O termo Veríssimo é
usado no lugar dos livros e crônicas do autor. (A pessoa gosta dos textos do
autor; é impossível ler uma pessoa).
Diferente
da metonímia, outras figuras de linguagens como a personificação e a hipérbole mantêm
com a metáfora uma relação de união semântica, não podendo assim ser totalmente
dissociada uma da outra. É como se tais figuras fossem “metáforas especiais”.
Se observarmos a frase: “ Neste dia ensolarado, o mar me convida ao seu
encontro e as ondas querem me abraçar”, temos a metáfora na comparação sem o
conectivo: O dia está tão lindo e o mar tão bom que é “como se” ele me
convidasse para o mergulho e ondas estão tão movimentadas que “parecem” querer
me abraçar. Existe também, de forma simultânea, a personificação, uma vez que
“convidar” e “abraçar” são ações próprias de pessoas e não de seres inanimados
como o mar ou as ondas.
O mesmo
ocorre com a metáfora e a hipérbole. Vejamos essa outra frase: “Chorei um rio
de lágrimas”. A metáfora está na comparação sem o conectivo: O choro era tão
intenso e as lágrimas tantas que era “como se fossem iguais” às águas de um
rio. Isso também forma, de maneira simultânea, a hipérbole, ora, não se pode alguém
chorar um rio de lágrimas, por essa ser uma quantidade de lágrimas impossível
de alguém produzir por lacrimação. Registra-se aí, nitidamente, o modo
exagerado de se expressar.
É
importante observar, entretanto, que nem sempre a metáfora será uma personificação
ou hipérbole (“A minha pequena é uma flor” entenda-se aí uma "metáfora
pura": ela tão delicada, bonita, cheirosa “quanto uma flor é”), mas muito
frequntemente o contrário se confirma: a personificação ou hipérbole serão
também metáforas. Assim como também outras figuras de linguagem consideradas
semânticas como a catacrese e a sinestesia.
Outros exemplos:
“O fogo dançava com a chuva” (
Metáfora = personificação)
“ A lua roubara todo o seu
brilho, naquela noite” (Metáfora = personificação)
“ Eles morreram de rir com a
peça”. (Metáfora = hipérbole)
“ Choveu mais de meia hora sem
parar, foi um dilúvio!” (Metáfora = hipérbole).
O que podemos então dizer da metáfora?
ResponderExcluirEla é abordada sobre uma perspectiva figurada,ou seja, depende do sentido usado na palavra e vai depender da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora
Metáfora em outras palavras é se utilizar de palavras que não exprimem vida, ou seja,árvore, fogo, porta etc e fazer com estes uma comparação.
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