quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O que é Metáfora?


O que é Metáfora?

Metáfora: é a palavra ou expressão que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas.

"Amor é fogo que arde sem se ver"  - Luís de Camões

O termo fogo mantém seu sentido próprio - desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis, como, por exemplo, o carvão - e possui sentidos figurados - fervor, paixão, excitação, sofrimento etc.
Didaticamente, pode-se considerá-la uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.
            "Meu coração é um balde despejado" - Fernando Pessoa

Leia esses versos de Chico Buarque:
“Sua boca é um cadeado
E meu corpo é uma fogueira”.
Observe que o eu lírico mantém uma relação de similaridade entre os termos “boca” e “cadeado”, de modo que as características do “cadeado” (fechado) sejam atribuídas à “boca”. O mesmo ocorre entre os termos “corpo” e “fogueira” (ambos são quentes).
Existe aqui uma transferência da significação própria de uma palavra, no caso aqui “cadeado” e “fogueira”, para outra significação quem lhe convém graças a uma comparação existente no espírito do autor, ou seja, acontece de maneira implícita. A isso chamamos metáfora
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra deriva do latim "meta" algo e "phora" sem sentido, e significa duas frases ligadas sem sentido, mas que há cognitude consistida em desabrochar interesses.
Enquanto a metáfora trabalha com os traços semânticos comuns entre duas ideias, a metonímia funciona com a relação de contiguidade entre elas.
Pedindo auxílio à teoria dos conjuntos, como fez Othon Moacyr Garcia em seu clássico "Comunicação em Prosa Moderna", percebe-se que os traços de significados das duas ideias comparadas entram em intersecção na metáfora.
Por exemplo(subjetivo): um gato é um quadrúpedemamíferofelinoque mia e é considerado sensual. Um moço é bípedemamíferohumanofala e pode ser sensual. Ao compararmos os dois com a metáfora "Esse moço é um gato", o traço de significado que provavelmente estaremos colocando em intersecção é apenas o traço sensual.
Já na metonímia, as duas ideias não se superpõem como na metáfora, mas estão relacionadas por proximidade.
Por exemplo, as expressões: 1- "sem-teto", 2- "Tomou o copo todo", 3- "Adoro ler Veríssimo" são metonímias, respectivamente, porque:

1- O termo teto está em relação de contiguidade com o resto da habitação. É uma das suas partes, e na expressão substitui o todo "habitação". (Um sem-teto geralmente também não tem o restante da habitação - a porta, as janelas, as paredes, o chão.)
2- O termo copo normalmente contém alguma bebida e é usado no lugar da bebida que contém. (Ninguém consegue beber o copo)
3- O termo Veríssimo é usado no lugar dos livros e crônicas do autor. (A pessoa gosta dos textos do autor; é impossível ler uma pessoa).

Diferente da metonímia, outras figuras de linguagens como a personificação e a hipérbole mantêm com a metáfora uma relação de união semântica, não podendo assim ser totalmente dissociada uma da outra. É como se tais figuras fossem “metáforas especiais”. Se observarmos a frase: “ Neste dia ensolarado, o mar me convida ao seu encontro e as ondas querem me abraçar”, temos a metáfora na comparação sem o conectivo: O dia está tão lindo e o mar tão bom que é “como se” ele me convidasse para o mergulho e ondas estão tão movimentadas que “parecem” querer me abraçar. Existe também, de forma simultânea, a personificação, uma vez que “convidar” e “abraçar” são ações próprias de pessoas e não de seres inanimados como o mar ou as ondas.
O mesmo ocorre com a metáfora e a hipérbole. Vejamos essa outra frase: “Chorei um rio de lágrimas”. A metáfora está na comparação sem o conectivo: O choro era tão intenso e as lágrimas tantas que era “como se fossem iguais” às águas de um rio. Isso também forma, de maneira simultânea, a hipérbole, ora, não se pode alguém chorar um rio de lágrimas, por essa ser uma quantidade de lágrimas impossível de alguém produzir por lacrimação. Registra-se aí, nitidamente, o modo exagerado de se expressar.
É importante observar, entretanto, que nem sempre a metáfora será uma personificação ou hipérbole (“A minha pequena é uma flor” entenda-se aí uma "metáfora pura": ela tão delicada, bonita, cheirosa “quanto uma flor é”), mas muito frequntemente o contrário se confirma: a personificação ou hipérbole serão também metáforas. Assim como também outras figuras de linguagem consideradas semânticas como a catacrese e a sinestesia. Outros exemplos:
“O fogo dançava com a chuva” ( Metáfora = personificação)
“ A lua roubara todo o seu brilho, naquela noite” (Metáfora = personificação)
“ Eles morreram de rir com a peça”. (Metáfora = hipérbole)
“ Choveu mais de meia hora sem parar, foi um dilúvio!” (Metáfora = hipérbole).


2 comentários:

  1. O que podemos então dizer da metáfora?
    Ela é abordada sobre uma perspectiva figurada,ou seja, depende do sentido usado na palavra e vai depender da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora

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  2. Metáfora em outras palavras é se utilizar de palavras que não exprimem vida, ou seja,árvore, fogo, porta etc e fazer com estes uma comparação.

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